A literatura científica mostra que o uso da Inteligência Artificial (IA) pode contribuir para melhorar o desempenho e a qualidade da assistência à saúde. A atual pandemia de COVID-19 (causada pelo vírus SARS-CoV-2) aumentou a necessidade e as oportunidades de usar IA na área da saúde. Especialistas no tema consideram que as tecnologias que incorporam IA transformarão a prestação de cuidados de saúde na próxima década, sendo relevante conhecer suas aplicações e desafios a serem enfrentados pelos profissionais e usuários.
Em 2019, pesquisadores da Universidade de Brasília desenvolveram o projeto “Protocolo de Redes Neurais Artificiais em Dermatologia” com o objetivo de validar a metodologia baseada em Redes Neurais Convolucionais (do inglês CNN) em ambiente ambulatorial no Brasil. Pretende-se utilizar esta CNN como um sistema de diagnóstico preliminar alternativo (triagem), baseado em imagens fotográficas em vez de biópsia (procedimento invasivo e arriscado), seja face a face ou telemedicina.
Neste projeto específico, os pesquisadores procuraram responder às seguintes questões:
i.IA pode contribuir para melhorar a eficiência do rastreamento, ao reduzir o tempo diagnóstico com acurácia diagnóstica semelhante, em lesões pigmentadas com suspeita de câncer de pele prevalente na população brasileira?
ii. IA será importante para que clínicos gerais e dermatologistas brasileiros façam pré-diagnósticos mais rápidos e precisos, sem a necessidade do uso de métodos invasivos, como a biópsia?
Devido à natureza interdisciplinar do projeto, um vasto grupo de investigadores esteve envolvido, incluindo diferentes disciplinas e níveis de expertise. A CNN está sendo treinada para rastrear e discriminar lesões cancerosas pigmentadas da pele de outras doenças benignas associadas, por meio de um conjunto de imagens fotográficas dermatológicas de pacientes. Portanto, a fim de construir um banco de dados robusto para treinar esta CNN, os pesquisadores envolvidos neste projeto, tem envidado esforços para construção de parcerias com hospitais brasileiros que possuem um grande conjunto de imagens dermatológicas.
Espera-se que o uso da CNN também possa ser expandido como uma tecnologia não invasiva, pois trata-se de uma metodologia que pode ser embarcada em aparelhos celulares e “smartphones” permitindo fazer diagnóstico preliminares a partir de imagens fotográficas, obtidas no momento de triagem em um ambiente de saúde ambulatorial no Brasil. O impacto final é reduzir riscos e custos, melhorar o acesso à saúde em áreas remotas e a integração das informações ao banco de dados do Sistema Único de Saúde. Além disso, essa tecnologia pode ser aplicada a outras condições de saúde ou gestão do sistema de saúde.
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